Meditando - Um Desconhecido (Espírito)
Maurício Gringo
Eu fui daquelas almas que viveram
Sem conhecer da Terra os paraísos
Que somente a amargura dos sorrisos
Pela noite das dores conheceram
Não que eu fosse infeliz e desditoso
Pois fui também humano entre os humanos
E através dos meus dias, dos meus anos
Se eu quisesse gozar, teria o gozo
É que ao sentir no âmago do peito
A atitude do homem nessa vida
Coração enganado, alma iludida
Afastado do Puro e do Perfeito
O meu ser que sonhara a Humanidade
Qual um ramo de flores perfumosas
Viu as almas tremerem, desditosas
Sob o peso da própria iniqüidade
E isolado nos grandes sofrimentos
De ser só, na aspereza dos caminhos
Encontrei o prazer pelos espinhos
Ao trilhar os carreiros dos tormentos
Pois no mundo pequeno da minhalma
Quando em dor me envolvia a desventura
Eu vislumbrava a luz brilhante e pura
Que me trazia a paz, bonança e calma
Era a luz que me vinha da visão
De ver o Cristo-Amor, entre cansaços
E tinha então prazer de ver meus braços
Enlaçados na cruz da provação
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